domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre meu aniversário...


Costumo dizer que no dia que eu nasci fazia sol e chuva, ventava, relampejava, trovoava e nevava, tudo ao mesmo tempo. Não entendo porque as pessoas não acreditam quando falo isso, mas acreditam quando falo a data em que nasci, o local onde nasci, etc, etc... Para mim, muito melhor do que saber o dia em que se nasceu, é saber o que aconteceu a partir dai. Existem muitas pessoas espalhadas pelo mundo que não sabem o dia do seu nascimento, e se entristecem com isso. Ora, se eu não soubesse o dia em que nasci, resolveria isso facilmete: transformaria o dia que para mim foi o mais feliz da minha vida na data do meu aniversário, o ano pouco importaria, apenas o dia e o mês bastariam. Seria até melhor se eu não soubesse o ano, porque ai eu poderia ter sempre a idade que quisesse ter, sem me preocupar com a velhice ou com a morte...



Mas, como eu estava dizendo, as pessoas só acreditam naquilo que elas vêem com seus próprios olhos. Será que é porquê as pessoas atualmente só acreditam em dados positivados? A positivação acabou por escravizar os homens? Não se tem mais imaginação ou criatividade suficiente para acreditar em coisas aparentemente impossíveis? Bem, já que é assim, gostaria de dizer que de acordo com a minha certidão de nascimento, quando nasci era um dezessete de outubro do ano de mil novecentos e noventa e dois, às treze horas e vinte minutos, sendo, portanto, do signo de libra. Nasci portanto num dia como outro qualquer, e hoje tenho exatamente 18 anos, ou seja, cerca de 6.575 dias de vida, o que dá mais ou menos 157.800 minutos, ou 9.468.000 segundos...


Ah, não consigo ser tão objetivo dessa forma... Não tenho paciência para escrever - e nem falar - de forma tão clara e precisa (meus amigos que o digam, uma vez que eles me taxam de cúmulo da prolixidade .-.). Bem, verdadeiramente, para mim, no dia que eu nasci estava fazendo sol - sinal que indicava que eu iria iluminar tudo a minha volta - ao mesmo tempo que chovia - o que significava que, por mais que eu brilhasse em meio a escuridão, sempre existiriam momentos em que uma lágrima acabaria rolando na minha face e iria salgar minha boca. As árvores quase que terminaram sendo arrastadas pela força do vento, mas não a foram - o que mostra talvez que, por mais fortes que fossem os inimigos, eu sobreviveria as tormentas. O céu parecia que ia se partir em dois - de um lado ficaria o sol, do outro a chuva, seriam portanto dois mundos completamente opostos, parados no mesmo estado por toda a eternidade.



Vendo tudo aquilo, naturalmente eu me assustei... mas esse susto era algo mais que esperado : eu passei nove meses flutuando na barriga da minha mãe, e, de repente, me tiram daquele conforto e me colocam num mundo tão confuso... Mas foi ai que eu vi o anjo. Talvez, resultado de alguma coisa maior, talvez alguma força superior, mandou um brilho diferente, não muito forte, nem muito fraco, só cintilante o suficiente para acalmar a natureza e para me salvar do isolamento completo. Alguns anos mais tarde eu descobriria que era apenas o sorriso da minha mãe, ao me pegar no colo pela primeira vez.


Ela, juntamente com meu pai, foram os responsáveis por acalmar meu mundo, e unir as duas metades que pareciam se repelir mutualmente. Olhando pela janela, eu vi que nevava, mas era uma neve de forma diferente: ela caia para cima, e parecia muito mais com luzes revoando do que com particulas de gelo... agora percebo que talvez fosse apenas o mundo voltando ao que era antes. Talvez na origem de tudo tenha acontecido algo parecido, a repulsão para depois haver a união... mas isso já é uma outra história...

O fato é que devo tudo o que sou a Ela, minha mãe, que sempre me segurou quando via que eu ia cair, que às vezes deixou que eu caisse, para que eu pudesse aprender a me levantar, que me criticou quando eu estava errado, que deixou que eu errasse para que eu pudesse aprender como contornar o erro... ao longo desses 18 anos, várias pessoas se juntaram a minha vida, enriquecendo as minhas experiências... eu fui descobrindo as coisas aos poucos... Descobri o que era Pai e Mãe, descobri os outros membros da familia, conheci vários colegas, vários amigos, e alguns melhores amigos... encontrei também Ela *---*. Não, melhor dizendo, eles que me encontraram, pois eu não teria capacidade para achar nenhum deles... Todas as pessoas que conheço são como uma benção que recebi dos céus \o/. Então, em vez de comemorar a evidência de que hoje faz 18 anos que nasci, resolvi comemorar o fato de eu conhecer todos aqueles que conheço ou que já conheci...

Todos, sem excessão, somos uma grande familia feliz. E aumentaremos ainda mais o número de integrantes dessa familia \o/. Quem viver, verá.

17 de outubro de 2010. Um dia como outro qualquer do ano de 2010.

2 comentários:

  1. "O dia mais importante não é o dia em que conhecemos uma pessoa, e sim quando ela passa a existir dentro da gente".
    Texto lindooo...parabéns meu bem!!!
    já disse e volto a repetir: vc é uma capacidade..uma autarquia...uma verdadeira autoridade!!! ;)

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  2. =3

    você me superestima linda =D. Eu sou bem pequenininho perto de sua capacidade e autoridade, digníssima dama ^^.

    Amo-te.

    (A...S2...N)

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