domingo, 21 de novembro de 2010

Bom, ruim, assim, assim...


Quer saber de uma coisa?

Tudo pode ser bom, ruim e principalmente, assim assim...

Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem.

Bom é chegar na praia à tardinha, anuncio de por de Sol, água de ondas mansinhas...

Jogar bola na espuma e sob o céu encaixar como se fora Tafaréu.

É bom também quando começa a chover e as gotas fazem cócegas na superfície do mar, como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral.

Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria, o medo... o medo... medo é bom, ruim é o medo de ter medo!

Bom é voltar, trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada, a bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo... num chute perfeito!

Ruim é a fisgada na coxa... Sair mancando disfarçadamente... A vergonha de tá decadente não é ruim; ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência.

É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar e nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão, traçando um dia perfeito no arco do tempo.

Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade. Ruim é não ter saudade... E como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade, pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você.

Bom é sonhar. Realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar.

O fim de um grande amor é muito, muito ruim... Um grande amor não tem fim!

Bom é amar; ruim é amar... Bom é encarar a vida com fantasia.

Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar...

Ruim é encontrar o precipício. Morrer não deve ser tão ruim assim...

E pode ser bom falar sobre bom e ruim; ou pode ser pior, assim assim ... [bom!]




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